Somos o que fomos, o que somos, o que sonhamos. Vemos com nossos olhos, voamos com nossas asas.
Somos a casa, o bairro onde moramos, os vizinhos que temos e os que tivemos, os brinquedos que brincamos, os filmes e programas que assistimos, livros que lemos, músicas que ouvimos. Somos as nossas roupas preferidas, os passeios nos dias de domingo, a nossa praia preferida, as viagens, os amigos, nosso pais, avós, nem sempre a presença, mais involuntariamente suas raízes. Somos as broncas que já levamos, os elogios, as conversas sérias e as maiores bobagens que alguém já ouviu ou disse.
Somos a saudade, sonhos não alcançados, decepções, perdas, o que não foi dito, o que não queríamos ouvir.
Somos a emoção de uma frase dita ou escrita por alguém, uma cena que nos faz chorar ou rir descontroladamente ou apenas sorris seja dez ou vinte vezes que vejamos a mesma cena.
Somos abraços, colos, beijos, a força recebida de um amigo, a força oferecida, a ajuda, o perdão, a compreensão. Somos as palavras ditas nos momentos certos, as que gostamos de ouvir, as que mudaram nossas vidas de algum modo.
Somos deveres, direitos, sonhos, quietudes e inquietudes, semeadura, colheita, florescer, frutos, raízes, outonos, invernos, verões e primaveras.
Somos roseirais e carvalhos.
Somos rabiscos e obras primas, transformadores e transformados, a cada dia, a cada piscar de olhos, somos o que todos veem e o que ninguém vê, o que só nós sentimos e sabemos e o que nem sequer imaginamos, somos mais que românticos ou idealistas ou um misto dos dois, somos seres vivos e possibilistas.